quinta-feira, 22 de maio de 2014

A grande verdade da maternidade (que é tudo mentira!)

Para quem não é mãe, a frase que mais a pessoa ouve é: “quando você for mãe, você vai entender”. Quando você é mãe, uma das frases que você mais ouve – por que são várias as frases que falam pra você – é: “agora que você é mãe, você vai ver”.

Toda mãe tem uma verdade. A sua verdade. Mas, isso não quer dizer que se aplica às outras mães. Claro que tem muita coisa que bate. Existe até o ditado que mãe só muda de endereço e de cor de cabelo, por que o resto é tudo igual. Acredito que o igual, seja no sentido de querer o melhor pro seu filho. Mas não. As mães não são iguais, pelo contrário, são bem diferentes, uma das outras.

O que acontece é que, no fundo, devemos analisar a criação de cada ser humano, as famílias que se formam, a bagagem que cada um traz e que será repassado ao filho. Cada um tem sua história. Eu acredito na evolução da espécie! Juro! Então, partindo de mim, tem coisas que vejo na criação da minha vó, em relação à minha mãe e aos irmãos dela, que se refletem na diferença entre eu e minhas primas. E na criação da minha mãe, em relação a mim e meus irmãos, que não quero repetir com meus filhos. Em compensação há valores, que faço questão de já começar a passar, desde já, mesmo a Angelina tendo 7 meses apenas.

Vejo muitas vezes intolerância em algumas mães para com as outras. Mas, espera: deu certo com o seu filho, não necessariamente vai dar com o filho do vizinho, certo? Errado! A verdade da maternidade traz com as mães mais “velhas”, o poder de julgar e praguejar as outras mães! Quando você “não ouve a voz da experiência”, você está cometendo um gravíssimo erro e SEU FILHO irá sofrer as consequências. Trágico, né?! Pois é... “agora que você é mãe, você vai ver...”

Por exemplo: procuro seguir bastante o meu coração. Procuro interpretar textos, ou seja, leio algumas pesquisas, abstraio o que é viajado, ao meu ver, e tomo para mim, como um apoio na criação da Angelina.

Algo que deu muito certo com a gente, mas que não deu certo com a neném da vizinha: nossa filha dorme desde o primeiro dia, que chegamos em casa, no berço dela. Ela nunca dormiu comigo e com o Arthur. Ela dorme sozinha. Você não precisa ninar, chacoalhar, dar volta de carro na quadra, nada. Ela tem o tempo dela, você a coloca no berço e ela dorme com o sonzinho do móbile ligado. Só que isso não era assim!!! Não meus caros, minha amiga leitora que deve estar pensando “que sorte desse casal!” Nós penamos no início com a mocinha – como acontece com a maioria dos pais. Fizemos simpatia (que ajudou sim!), seguimos conselhos dos mais velhos, dazamigas, do Baby Center e eis que o Google foi quem “nos ensinou” a colocar a Angelina pra dormir. Após muita pesquisa, descarte de informações ridículas e tals, eis que achamos a receita “verdadeira”. Verdadeira pra gente. Por que deu certo, COM A GENTE.

Claro que para algumas pessoas que a gente conta, nos acham uns monstros. “Como assim vocês tem coragem de deixar uma pitchulinha desse tamanho, dormir sozinha???” E a criação com apego? E a cama compartilhada? Daí, de novo, entra a verdade de cada um. Como cada um pode amar, cuidar, zelar do seu jeito, que para o vizinho é o maior absurdo, mas que para você, é a coisa mais normal do mundo.

Comecei a viajar sozinha de avião, com seis anos. Com 11 anos andava sozinha em São Paulo. Ia pra escola com a minha mãe e voltava sozinha até a escola do meu irmão e depois seguíamos pra casa. Aos 13 fazia curso de inglês e informática no centro da cidade. Pra quem conhece a região da Praça da República, sabe a boca que eu tô falando. Nessa mesma época, eu já batia a 25 de março de ponta a ponta, comprando buginganga. Meus pais nos criaram independentes. Gosto de viajar sozinha, por exemplo. Gosto de ficar comigo. Isso não quer dizer que eu não goste de gente. Pelo contrário, como diz a Eliane Maio, amo gente que gosta de gente! Mas, acho que a grande sacada dos meus pais, foram ter deixado a gente voar. E ter apoiado isso. A gente aprender, conhecer o mundo além das grades do portão. Isso não nos deixou soltos, largados da família. Pelo contrário. A hora que a barriga dói, sabemos exatamente pra onde voltar, pra onde pedir colo. Sabemos dizer “mãe, preciso de você”. Acredito até, que somos “independentes tão dependentes” da minha mãe e ainda do meu pai, mesmo falecido há mais de 10 anos. E daí, quem não conhece nada da nossa história, da minha história, vem dizer que meus pais não nos criaram com apego? Que eu não crio minha filha com apego? Joinha pra você ;)

Minha comadre sabe bem o que é ouvir críticas sobre a criação do pequeno dela. Quantas pessoas já a criticaram, por ela amamentar em livre demanda o piá que já havia passado de um ano? E ela? FODA-SE! No começo ainda tentava explicar, daí a explicação já passava pra uma conversa mais acalorada e mentalmente ela imaginava pulando na garganta da pessoa e estrangulando até parar de torrar a paciência alheia. Quantas pessoas me olham, condenando, por que eu parei de amamentar a Angelina tão cedo? E, muitas vezes, quando ainda explico tudo o que aconteceu, a pessoa me olha com cara de desdém. Antes, eu choravaaaaaaaaaaa... agora, tô tocando o foda-se também rsrsrs

O equilíbrio, minha gente, é o que toda mãe busca. O equilíbrio entre a vida financeira versus todas as coisas que quer comprar ou fazer pro filho. O equilíbrio entre a vida profissional e o papel de mãe. O equilíbrio entre viajar no feriado prolongado para uma praia da moda versus o parque aquático que tem tudo que a cria precisa para se divertir. O equilíbrio entre a cria sempre saudável e nutrida versus as comidas nada saudáveis existentes nas prateleiras dos mercados e repletos nas lancheiras dos amiguinhos da escola. Outra coisa boa pra gente brigar: o que O SEU filho come, não quer dizer que TEM QUE DAR pra minha filha. Se você acha que bisnaguinha, que dura mais de seis meses é saudável, ok. Mas, no mínimo, pergunte à mãe da criança se você pode oferecer a ela. E se a mãe disser NÃO, é fácil. É só respeitar.

Festa de aniversário é outro tema que também tem “a sua verdade”. A Angelina ainda vai completar um ano em outubro. “Como assim você ainda não reservou local?” ou “Você não vai fazer festa pra ela?” ou “Tem que fazer festa!” ou a melhor de todas “Você vai se arrepender de não fazer festa pra ela, é tão importante!”. Êêêêêêpaaaaaaaaaaa!!! São essas horas que a Vera Verão baixa em mim! Como assim eu vou “me arrepender”? Gente! Se existe algo que me tira do sério é a pessoa impor algo sobre mim. Onde está escrito e lavrado em cartório, com no mínimo duas testemunhas, dizendo que eu “TENHO” que fazer festa de aniversário pra minha filha? Cresci com pouquíssimas festa de aniversário e tô viva. Tô até escrevendo esse post aqui pra vocês! Olha só como sou um ser humano deprimente e egoísta por que não tive festa de aniversário! Que coisa...

Olha, eu poderia continuar escrevendo várias outras “verdades” aqui pra vocês. Minha filha só tem 7 meses e eu já ouvi e li cada coisa, que #épácabá. Mas, sou brasileira! Não desisto nunca. Graças a Deus tenho dois ouvidos, então, ao contrário do ditado, antes ouvir merda, do que ser surda!

PS.: Só pra constar: eu como bisnaguinha, mas não dou pra Angelina, ok?! Não é por que eu ferro com a minha saúde que eu tenho que estragar a da minha filha. Ah sim: também não vou dizer “que nunca darei”. Vai saber se lá no futuro essa não será mais uma verdade, que é mentira?!



Um comentário:

  1. Um dia eu houvi do meu professor de psicanálise. Milena toda mãe erra. Isso em uma conversa onde pedia conselhos a ele eu ainda nem sonhava em ser mãe. Ele nem sabe mais na verdade em todas as minhas tentativas frustadas com o Felipe de tentar aliviar suas cólicas, de fazer dormir, de resolver seus problemas com alergia alimentar, minha amamentação acredite até os 7 meses frustada, essa frase sempre aparecia na minha consciência: Toda mãe erra! Os erros são fundamentais pois significa que estamos tentando, então aprendemos como não fazer, por que como toda mãe que ama seu filho vai tentar errar e errar de novo, o importante é não desistir de acertar. Posso dizer de peito aberto que meu filho está com um ano e quatro meses, e só agora comecei acertar mais do que errar. Mas todas as vezes que eu olho pra ele e ele olha pra mim, seus olhos me dizem, mamãe obrigado por ter errado tanto, por que eu sei o quanto me ama. Uma coisa eu aprendi, no começo me sentia péssima pois tudo dava errado, a partir do momento que eu deixei de ouvir os palpites maldosos - por que os bons sempre me ajudou - e passei a olhar pro Felipe como um todo para suas reais necessidades e não a minha idealização de mãe perfeita ou onipotente tudo passou a dar certo!!! Somos seres diferentes, isso é a marca do ser humano, então cada bêbe tem suas próprias necessidades e também suas mamães seus próprios valores, essas diferenças nos torna tão especiais. E sim Pri eu também era do tipo que criticava, chupeta, amamentação depois de um ano, beijar na boca do filho, dar doce pra criança, entre outros e acredite, só sendo mãe pra saber, me pego fazendo muito dessas coisas rsrsrs. Mas isso são só detalhes eu não lembro nada disso da minha infância, mas lembro cada ato de amor que minha mãe tinha comigo, no final de tudo o que permanece é o AMOR !!!

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