sexta-feira, 24 de outubro de 2014

E aí, como fica?

É assim: antes de ser jornalista, sou professora. Desde os 17 anos. No magistério tive contato com os pequenos, que são tão dependentes da “prô”. Acompanhei o dia-a-dia, o desenvolvimento de alguns. Me lembro, inclusive, o por que de eu ter parado com as aulas, tendo um hiato bem grande, até voltar a ser professora universitária.

E aí eu acompanhei bem de perto a vida escolar do meu irmão caçula, que era terrível, de verdade, deixando qualquer professora de cabelo em pé! Bem como, venho acompanhando a da minha sobrinha mais velha. E aí eu fiquei grávida. E aí minha filha foi pra escola. E aí a gente tem história pra contar, todo dia, boas e ruins.

É impressionante o desenvolvimento da Angelina. A autonomia que ela tem, como ela é simpática e gosta de se relacionar com outras crianças. Sem contar a independência que a cada dia é visível. Isso me deixa mais tranquila, pois sei que a coloquei num ambiente que a estimula, mas que não pula fases. Que não tem a TV como “educadora”. Na época que eu estava procurando escolas, cheguei cogitar uma babá para colocar dentro de casa. Mas, além de ficar muito mais caro, o que essa pessoa poderia ensinar e ajudar no desenvolvimento da nossa filha? E, conforme já contei aqui, não existia a possibilidade de eu parar de trabalhar para ficar com a Angelina em casa. Mas, enfim... essa é a nossa história.

Voltando a questão do bom e ruim, são algumas situações que você não tem como evitar, que não está ao seu alcance, que mesmo que eu estivesse 24 horas com a minha filha, acredito que nem sempre conseguiria evitar. Vou explicar:

Esses dias a Angelina chegou de “olho roxo”. A professora me explicou que ela subiu em cima de um amiguinho, que não gostou. Ela empurrou ele e ele devolveu com um tabefe. O que eu poderia fazer? Brigar com a professora? Brigar com a mãe da outra criança? Brigar com a Angelina? Ou com o amiguinho?

É chato? Claro que é. Só que olha como criança sabe o que fez de errado. A gente perguntava para a Angelina o que aconteceu com o olho, ela levantava a mão e dizia “pala”, ou seja, pra gente parar de perguntar, por que ela não queria falar do assunto rsrsrs

E aí eu conto para vocês, que eu já vi mãe louca, tresloucada, pirada mesmo, discutindo com uma outra mãe por que seus filhos “se agrediram”. Acredito que o que se tem que fazer, é ficar na altura da criança, olhar nos olhos, mesmo ela tendo um ano como a Angelina, e explicar que a atitude está errada. Você pode até pensar que eles não entendem. Mas, entendem sim!

Tanto entendem, que eles mesmos se resolvem. Em pouco tempo, voltam a brincar, a se entender. E os responsáveis? Ficam com cara de tacho.

É claro gente, que não estou dizendo aqui, que você tem que deixar “correr solto”. Tem que ficar de olho sim. Mas, acima de tudo, temos que saber ouvir. Eu lembro quando dava aula para uma turma de Publicidade e Propaganda, eu tinha uma aluna que falava pelos cotovelos e o tempo todo eu pedia para ela ficar quieta. Um dia ela me respondeu: “Professora, eu faço comunicação!” e nesse mesmo momento eu rebati que “comunicar é saber ouvir”... então mães, saibam ouvir as professoras, cuidadoras, babás, etc. 

Não tampem o sol com a peneira! Vocês conhecem as suas crias. Então, ninguém tem 100% de culpa. E claro, que normalmente, a gente coloca a culpa no outro ;) é mais fácil, não é?

Estou escrevendo sobre isso, por me sentir incomodada, em ver algumas atitudes de pais com professores ou com os cuidadores. Até mesmo, pessoas que deixam a criança com as avós e cobram daquelas senhorinhas, que muitas vezes não estão aguentando cuidar delas mesmas, que cuidem, zelem, fiquem de olho na criança. E aí, que atire a primeira pedra, a mãe que nunca piscou e o filho saiu do campo de visão e já estava fazendo algo do outro lado da casa... E aí? Como fica? Você vai brigar com quem? Afinal, não era você que estava de olho?

Pensando....

Daí eles fazem as pazes e você? Fica com cara de tacho ;)


Um comentário:

  1. Oi! ^^
    Eu sou estudante do Curso Normal, me formo em 2015! Amooo ter escolhido ser professora pois quero fazer a diferença na Educação! Muita coisa deve ser mudada e como Professora é nosso dever incentivar o aluno a tomar suas próprias decisões e ser independente!
    Já vi muitos Pais brigarem com outras professoras nas escolas em que realizo prática acusando-as de não educarem seus filhos, Pais que não compreendem que a Professora não vai educar mas sim ensinar! Apesar de ser uma situação difícil, se obeservarmos de ângulos diferentes podemos compreender a situação da criança e o porque de suas atitudes!
    Eu mesmo no meu Pré-estágio tive um aluno muito agressivo, que batia nos colegas e até tentou me agredir também, apesar de ter apenas 5 anos ele conseguia me espantar. Enquanto estive na turma fiz o meu melhor com ele, pois aos poucos percebi que sua agressividade era uma forma de chamar a atenção que ele sentia falta!
    Beijos e até! ^^

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