segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Menos opinião, mais apoio

Todo mundo gosta de palpitar na vida alheia. Todo mundo tem uma opinião para dar. Todo mundo sabe o que fazer se estivesse no lugar do outro. Todo mundo critica. Todo mundo “tem uma velha opinião formada sobre tudo”.

Pra se ter ideia, quando eu voltei a trabalhar, uma pessoa olhou pra mim e disse: “como você tem coragem de deixar sua filha numa escola? Você vai ver, ela vai te cobrar depois.” Tipo, a pessoa me “sentenciou”. Ouvi muitas perguntas do tipo “você não tem dó?”

Dó eu teria se minha filha precisasse de alguma coisa – como, por exemplo, o leite NAN dela – e eu não tivesse dinheiro para comprar. Aí vem aquela opinião que diz que é melhor mais qualidade de tempo junto à criança, do que a quantidade. Outros já defendem que a quantidade é a melhor opção. Aí ao mesmo tempo que eu me culpo por ter pouco tempo com a Angelina, eu penso na encruzilhada que estou, afinal, se eu não trabalhar para ajudar em casa, como ficam as necessidades dela e nossas. Mas, como o que não tem remédio, remediado está, sigo em frente e fazendo com que, o tempo que eu tenho com a minha filha, sejam os melhores.

Eu me assusto, de verdade! As pessoas passam, muitas vezes, do limite do bom senso. De dar opinião na vida alheia. É impressionante como outra pessoa, tem sempre a resolução para o seu problema, sabe exatamente o que você deve fazer, como fazer e quando fazer.

Claro, que muitas pessoas, quando VOCÊ PEDE para ela dar uma opinião, ela tem uma solução. Pois está fora da situação e sabe raciocinar melhor, para dar um “diagnóstico”. Mas, isso é quando você PEDE para a pessoa se intrometer. Quando você AUTORIZA alguém se intrometer.

Esses dias eu vi, um menininho fofo, fazendo “O” escândalo em um supermercado. A mãe, coitada, demonstrava cansaço – provavelmente de um dia corrido, com muitos afazeres, de um dia de trabalho, ou enfim, do dia dela. Afinal, se o dia é dela, ela faz o que bem entender dele, certo? Mas, voltando. A mãe demonstrava cansaço e constrangimento, pela atitude do pequeno. Aí, tem aquelas “véias” – como eu tenho bronca de véia intrometida humpf! – pra dar palpite. Uma vira para a outra e diz: “meus filhos não faziam isso” a outra: “ahhhhh os meus também não! Um beliscão e já tinha parado ou nem começado!”

Hummmmm entendi a psicologia da coisa... ou seria psicoporrada?

Aqui, tenho que citar algo que soube pelo Facebook e que ouvi umas mães, criticando uma outra. Uma amiga linda e louca estava pesquisando produtos naturais que poderia utilizar para a limpeza dos cabelos da filha. E aí, ouvi outras mães (e umas mulheres não mães), criticando, que onde já se viu, não querer mais usar shampoo no cabelo da criança. Eeeeeeeeeeeeeeepa! Você pesquisou? Terminou de ler o post? Foi no Google e jogou “por que não usar shampoo para lavar os cabelos?”.

Não. Não fez nada disso. Mas, criticou a atitude. Nem sei se a mãe parou ou não, de usar shampoo na menina. Mas, se parou, isso é da conta de quem mesmo?

Claro que eu parto de um principio: se você coloca suas idéias, ideais, vontades, etc, numa rede social, você tem que estar preparado para a tão falada “invasão de privacidade”. Pois, tem quem compartilha das opiniões, quem não compartilha, quem te indaga e bate de frente, quem te indaga e fica escondido. No melhor estilo “bate e esconde a mão”.

Lembro que quando não consegui amamentar a Angelina, peguei no flagra duas pessoas conversando e falando que era manha minha. Que eu não queria amamentar a menina. Que meu peito não tinha nada. Nossa... aquela hora eu queria ser aluno de Hogwarts, sacar a minha varinha e lançar um “Avada Kedrava” na pessoa. Tá, podia ser a maldição “Cruciatus” também (quem é fã de HP entendeu :P).

O que eu vejo e o que eu quero com esse post é mostrar que, enquanto a gente está criticando uma mãe, por suas atitudes com a cria dela, a gente está igual o macaquinho, sentando em cima do próprio rabo. Você não está vendo que o seu teto é de vidro. Você não está cuidando do seu filho dentro de casa. E, se você já passou pela situação que a outra mãe, desesperadamente, está passando, e fez algo diferente, por que não tenta um diálogo? Por que não tenta ajudar?

Ah, esqueci. É mais fácil criticar, né? É mais fácil enfiar o dedo na ferida alheia...

Muita gente critica eu e o Arthur por não darmos doces, açúcares em geral para a Angelina. Mas, ninguém se habilita em ir pesquisar o porquê de não dar doces e açúcares para crianças, principalmente, tão pequenas. Mas, todos sabem nos olhar com cara ruim, sabem criticar, sabem questionar de jeito maldoso, quando vamos dar doce para ela.

São tantos exemplos que eu passei, que eu vi, que senti na pele o pouco caso das pessoas e isso entristece. Cada um tem sua opinião? Claro. Isso é mais que natural, saudável, livre. Teoricamente estamos numa democracia, certo? Mas, os seus direitos acabam, onde começam os meus. A sua opinião é sua. E a minha, é minha. Não é por que temos opiniões diferentes que uma é a certa e a outra é a errada. É o lance de cada um ter a sua verdade, sabe? E se acredita nisso, segue. Vai. Some! Não enche!



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