sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A ida pra casa e a nova vida

No domingo 06/10 fomos para casa. Diferentes, com o novo membro da família nos acompanhando.

Eu e o Arthur, agora concretamente, tínhamos a nossa filha. Para pegar, cheirar, embalar, olhar, cuidar, enfim... demonstrar como a gente pode, o nosso amor.


Nesse dia, antes de sair do hospital, chamei a enfermeira e disse que meu seio estava doendo ao amamentar. Notei também o começo de uma fissura. Ela me disse "tem que calejar". Fui pra casa com essa informação, esperando o tal do calejamento do peito. Mas, não engoli essa resposta. Na minha cabeça eu já sabia que tinha algo errado, só que são tantos relatos, tantas histórias que você ouve, tanta pesquisa que eu fiz, que você fica no aguardo e na torcida para sua ser diferente.




Afinal, na minha cabeça, assim como me preparei para o parto, eu tinha certeza que seria uma "vaca leiteira" e que conseguiria amamentar facilmente, como aquelas negonas grandonas que eram mães de leite.

Mas, a coisa não foi bem assim...

Segunda e terça o Arthur ainda estava em casa de licença paternidade. Na terça, a Angelina teve sua primeira aventura: passear nas Lojas Americanas. Eu, ela, minha mãe e o Arthur, saímos para fazer várias coisas no centro das cidade, e assim foi. O Arthur e a minha mãe passaram no Hospital São Marcos para furar a orelha da Angelina. Dona Cida tirou o brinco da orelha para fazer a "arte". Eu não tive coragem de entrar e fiquei esperando no carro. A tarde passamos na casa da minha sogra e eu comentei com o Arthur a dor que estavam nos meus seios.

Ele, preocupado, queria que eu falasse com o médico, mas fiz diferente: mandei mensagem para a Bruna e para a Angelis. A Angelis tinha me presenteado durante a gravidez com um kit de bucha vegetal e sabonetes especiais para preparar o seio para amamentação. Ela que é mãe do Enrico (fofurinha-delicinha-gostosinho da tia!) e amamentou o pequeno até depois que voltou a trabalhar. Musa inspiradora, com certeza! A Bruna amamenta o Pedro (meu afilhado lindo, cheiroso e fofo) até hoje. Ele está com 1 ano e 8 meses. Meu orgulho! Ninguém melhor que elas para eu pedir socorro. A Bruna respondeu primeiro. Ela disse "se tem dor é por que tem algo errado. Vai no Banco de Leite do HU".

Falei com o marido e lá fomos. Não sabíamos que tinha que marcar horário. Para nossa sorte, uma mãe havia furado e as meninas nos atenderam. Enquanto o marido fazia a ficha, eu entrei pelo corredor, agarrada com a Angelina. Os seios latejavam. Eu só ouvia o barulho da minha rasteirinha batendo no piso liso.

Quando cheguei à sala do Banco de Leite, a Anita me recebeu com um grande sorriso. Expliquei a dor que estava sentindo. O Arthur chegou em seguida e pegou a neném. Me troquei e sentei de frente para a Anita, que começou a examinar o meu seio. No toque dela, a lágrima desceu. Como doía!!!

Ela foi me acalmando e ordenhando meu seio. Havia ingurgitamento. Eu estava produzindo mais leite do que a Angelina conseguia mamar. Conforme a Anita tirava, o leite espirrava para várias direções e a dor aliviava.

A orientação era abandonar a concha - por que como deixa o mamilo molhado e abafado, pode ser uma porta de entrada para fungos - e sempre que possível deixar o seio livre, tipo índia, para sarar a fissura.

No que ela colocou a Angelina no meu seio, doía, mas não tanto como antes. A Anita nos explicou como funcionava a coleta de leite para doação e nos deu um vidro para levar pra casa. Para vocês terem idéia, eu tirava 200 a 300ml de leite em 30 minutos, numa boa. Uma verdadeira vaca, eu disse!


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