terça-feira, 29 de julho de 2014

Mais dois?

“Nossa, tá empolgada, hein!”, “Mais dois filhos? Cê é louca!”, “Mais dois?! Caramba...”, a pior de todas é “Vocês não tem televisão, não?!”

Gente... será, que somente eu, mesmo estando com as unhas sem fazer, com o cabelo cheio de pontas, com olheiras horríveis, cansada e estressada pra caramba, esqueço tudo isso, quando olho para a Angelina e vejo o milagre da vida ali? Vejo que vale a pena tudo isso, quando ela abre um sorriso?

Aí é assim: a velha história de todo mundo palpitar na vida alheia. Eu também faço isso, mas procuro me policiar, mas como a língua é o chicote do rabo, muitas vezes pagamos o que falamos. E parece, que a partir do momento que você se torna mãe, a coisa piora. “Ahhhhhhh quando eu for mãe não vou fazer isso”, “Ahhhhhhh meu filho não vai fazer este tipo de coisa”. E aí você pari. E aí o cuspe cai no meio da sua testa, melecando tudo.

Mas, voltando ao título do post, sim, eu quero mais dois filhos. E até agora, não teve uma pessoa que disse assim pra mim: “Nossa Pri, que legal. É isso mesmo!” Pelo contrário, o que ouço são piadinhas, ridículas por sinal, que ora fazem alusão a vida sexual minha e do meu marido, ora colocam os filhos como um problema (social, profissional, financeiro, de várias ordens), ou ainda questionam nossa sanidade mental.

Bem, eu tenho três irmãos. O Arthur tem dois. No caso do Arthur, ele é o caçula. Eu era, até aparecer o Tiago. Eu gosto dos meus irmãos e acredito que eles gostam de mim. O Arthur também gosta dos irmãos dele e vice-versa. Meus pais têm irmãos (vários), meus sogros também. Então, acredito que mais de um filho, não deve ser algo ruim, certo?!

Os Belais: (da direita para a esquerda) Sogrinha poderosa Eurides, sogrão Seo Zé, Sinara com a Júlia no colo, Guilherme, Maria Luiza, Anna Beatriz, Renato (noivo da Anna), eu com a Angelina e o Thur. Crédito da Foto: Tia Olga, irmã do sogro.

Não quero aqui, entrar em questões sociais e culturais, do tipo “Ah, antigamente tinha-se que ter vários filhos, para ajudar os pais na lavoura” ou então “Tinha-se filhas para fazerem bons casamentos e amparar seus pais na velhice”. Não quero entrar, muito menos, nas piadinhas de que “quanto mais filhos você tem, mais Bolsa Família você consegue”.

Eu tô falando aqui, de maternidade. De valer a pena. De amor. De tentar ser melhor, todos os dias. De luta, de esforço. De vontade. Eu tô falando aqui, de amar sem limite. De querer ensinar, mas de aprender. Gente, se vocês soubessem, o quanto eu aprendo, todos os dias, com a Angelina. Ah se vocês soubessem, o quanto esta pequena tem a ensinar...

E eu quero aprender mais. Com pessoas diferentes. Com outros filhos. Com outros seres. O bacana é que o marido já embarcou “na loucura”. A gente costuma brincar, com as pessoas que ficam assustadas, com a nossa, digamos, “disposição”, que dois filhos é muito democrático. Cada um tem uma janela no carro. Cada um tem uma mão para segurar... e aquele terceiro, para desiquilibrar a coisa? rsrsrsr

Claro, que nos momentos de dificuldade, de quando a Angelina nasceu para cá, já pensamos em acabar com a idéia. “Abortar a missão”, se me permitem o trocadilho. Mas, conheço amigas que são tão tristes, por serem filhas únicas. Do mesmo modo, que conheço gente, que tem vários irmãos, mas se sentem mais sozinhos ainda. Também não concordo, com o ditado que diz que quem tem um, não tem nenhum. Pois, conheço filhos que mesmo depois de casados, não desgrudam dos seus pais. E conheço pais, que tem trocentos filhos, e que dependem de vizinhos, sobrinhos, estranhos, para serem amparados.

“Ah, mas então vocês querem ter mais filhos, para cuidar de vocês na velhice?!” Também não minha gente. Como eu já disse, eu gosto de gente. Apesar de gostar de ficar sozinha de vez em quando, comigo mesma e com Deus, eu gosto da muvuqueira, eu gosto da falação. Daquele braço passando por cima do seu prato, se servindo no almoço de domingo e você xingando. Me divirto quando vejo minha mãe toda atrapalhada, ouvindo todos chamando “mãe, mãe, ô mãe, manhê!” E assim, esses irmãos tiveram filhos e aí a coisa é maior ainda, por que além do “mãe” tem o “vó!”

Os Nascimento: (da esquerda para a direita) Jair(zinho), Tiago, Eu, Mamy Poderosa,
Giovanna (filha do Jair), Arthur, Neil e Rafaela (filha do Neil). Ainda estão faltando o Júlio, a Gabriela e a Catarina (filhos e esposa do Tiago)

Na casa da minha sogra não é diferente. Por mais que ela conte, conte e conte o número de pratos, sempre sobra ou falta, por que é muita gente. Tem quem almoça em horário diferente, parecendo uma estação de trem, com pessoas chegando e indo embora. E quando junta todo mundo? É alegria na certa...

Vejo assim: se os pais tem planos em ter somente um filho, ok. Se eles querem dois, três, cinco ou dez, ok também. EU não tenho nada a ver com a sua escolha. E o que VOCÊ tem a ver com a minha mesmo?

Por fim, o que quero mais uma vez aqui, com esse post, é falar de respeito. Respeito pelas escolhas. Respeito pelas opiniões. Respeito pelas famílias. Pela minha, pela sua, pela de qualquer um. Mesmo que a sua família, seja você e uma planta. Se a sua família é você, o marido e um cachorro, bom também! O amor, a gente não divide, a gente soma. E eu e o Arthur, queremos somar com mais, dois, três e quantos mais a vida nos der =)

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